sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Poema 3 - Curso do rio

Existem pessoas
Que não nos ouvem
Fazem o que querem
E vão como corre o curso do rio
Afogam-se uma só vez
Ruas erradas, várias curvas
Traços ocultos, cabeça feita
Dono do seu mundo, do seu nariz
Mas estes erros ainda lhe proporcionam a vida
Mas afoga-se no curso do rio
Só uma vez
Mente inquieta, capacidade superior, hábito de humilhar
Incapacidade para o amor
Você não é rocha
É apenas carne e um dia ira ser pó
Travas e trancas
Sonhos infinitos  que o pesadelo quer te roubar
Viver assim é preciso
Não encontro uma casinha de sapé para me ausentar
Sobreviver aos momentos, raros abraços
Coração petrificado de alguém que só inspira ódio
Não quero ir para o rio  a morte não é o fim
Nunca quis ouro, nem prata
Quis o amor
E não aconteceu
A idade chegou
Com ela as rugas
O cansaço, o desalento de nunca ter sido amada
Toda a arrogância e indiferença tem preço
E um dia ainda te vejo no curso do rio

Ângela Mª A. Stos